10 expressões racistas que usamos sem saber

10 expressões racistas que usamos sem saber
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Devido ao processo histórico, acabamos usando expressões em nosso cotidiano que demonstram a opressão e o preconceito do chamado “racismo estrutural“, que é o conjunto de práticas em que um grupo social ou étnico é mais privilegiado, enquanto outro é prejudicado de modo consistente. Há uma naturalização de hábitos, falas e pensamentos que promovem, de forma direta ou indireta, a segregação e o preconceito. Pensando nisso, decidimos escolher dez expressões racistas que as pessoas usam no cotidiano, mesmo na inocência.

“Da cor do pecado”

Essa expressão é dita como elogio, mas associa-se os negros (especialmente a mulher) a algo sensualizado. Além de que pecado é considerado algo negativo por estar diretamente relacionada aos valores cristãos da sociedade.

“Denegrir”

Essa palavra significa “tornar negro”. Associa os negros como algo “ofensivo” e “maldoso”, e o ideal é utilizar a expressão “difamando” ou “depreciando” para se referir a situações em que às pessoas estão querendo atacar a reputação do outro.

“Ele é moreno / Mulato”

Uma forma mais direta de racismo, chamar uma pessoa negra de morena é uma tentativa de “suavizar” algo negativo “embranquecendo” o outro. Já mulato, mesmo que tenha tido uma ressignificação com o tempo, hoje em dia é abominada pela comunidade negra devido a alta carga pejorativa, considerando que ela é oriunda do espanhol e se refere ao filhote de um cavalo com jumento. Remete a época da escravidão, onde o negro era uma mercadoria.

“Cabelo ruim”

Não só essa expressão, mas seus derivados como “cabelo duro”, “piaçava”, “bombril” e outros surgem para depreciar o cabelo dos negros e, por isso, são racistas. Durante séculos, o sonho das mulheres negras era ter cabelo liso e a própria indústria de cosméticos fez enormes investimentos para se adequarem ao padrão de beleza das pessoas brancas. Por que o cabelo liso é “bom” e o crespo é “ruim”? Mais uma expressão que demonstra  o racismo estrutural.

“Negro de traços finos”

Assim como o “moreno” dito anteriormente, a expressão negro de traços finos diz que a beleza de uma pessoa está diretamente relacionada a estética europeia.

“Lista Negra / Mercado Negro / Ovelha Negra”

Todas associam o negro a algo ruim. Dessas, uma das mais racistas é “serviço de preto”, fazendo uma analogia a um trabalho realizado de modo malfeito.

“Não sou tuas negas”

Essa frase demonstra como a sociedade percebe a mulher negra e têm suas origens nas escravas que, em muitos casos, eram utilizadas para satisfazer os desejos sexuais dos homens brancos. Além de racista, também é machista, demonstrando às mulheres negras como “qualquer uma”.

“Criado-Mudo”

Apesar de hoje em dia utilizarmos mais a expressão “mesa de cabeceira”, ainda ouvimos “criado-mudo”. Também decorrente da época escravocrata, quando os escravos eram obrigados a ficarem a noite inteira parados e calados ao lado da cama dos senhores. No início do século XIX, os negros que eram destinados aos serviços domésticos eram os criados e aquele que ficava ao lado da cama era o “criado-mudo”.

“Ter um pé na cozinha”

Também retratando o período da escravidão, às mulheres negras só eram permitidas a entrarem na cozinha da casa.

“Amanhã é dia de branco / Inveja branca / Negro de alma branca”

Associando o “branco” a algo positivo. “Amanhã é dia de branco” se refere a uma pessoa que é bastante trabalhadora, enquanto “Inveja branca” é sinônimo de admiração. Já o negro de alma branca é autoexplicativo.

Sobre Victor Miller 75 Artigos
Jornalista formado pela PUC do Rio de Janeiro

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