Criado para a abertura do Festival Internacional de Circo (FIC 2019) e apresentado no Theatro Municipal e São Paulo, o espetáculo Prot{agô}nistas reúne 25 artistas pretos da música, teatro, circo e dança com o objetivo de trazer para a cena a contemporaneidade desses diferentes pensamentos artísticos, estéticos e políticos. A peça, criada como uma celebração à produção negra paulistana, circulou em alguns espaços de São Paulo, como o Sesc Pompeia e Galeria Olido, antes de ser interrompida devido à pandemia do novo coronavírus.
Enquanto aguarda por um momento oportuno para retomar as sessões presenciais, o idealizador e diretor da obra, Ricardo Rodrigues, junto com os parceiros de núcleo Renato Ribeiro, Mariana Per e Washington Gabriel, apresentam agora um formato diferenciado que instiga o público a voltar quando a temporada estiver nos teatros físicos. Trata-se do documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência, que reúne trechos de Prot{agô}nistas e depoimentos dos artistas que participaram da obra.
Segundo Ricardo, a obra ressalta a potência da produção artística preta da cidade. O artista conta que escolheu e convidou por conta própria cada um dos 25 artistas que compõem a obra. “Alguns são artistas independentes, outros já fazem parte de grupos e coletivos. Eu os conhecia tanto da minha relação pessoal quanto como espectador. Convidar pessoas a integrar um trabalho com assuntos tão inerentes ao seu próprio ofício e trajetória foi muito potente. Cada ‘sim’ merece uma história”, diz Ricardo Rodrigues.
Nos documentários, as cenas de Prot{agô}nistas são oriundas tanto dos registros em vídeo feito das apresentações presenciais do trabalho quanto de trechos gravados por alguns dos artistas especialmente para o documentário. “A proposta dessa obra é que todos os integrantes tenham protagonismo, então nossa edição documental privilegia a qualidade técnica dos registros que já tínhamos e dos que foram feitos durante a pandemia, com todos cuidados e com equipe reduzida”, diz Ricardo.
As cenas da obra se misturam aos depoimentos de alguns dos artistas que integraram o elenco do espetáculo. A edição propõe que o assunto abordado com os artistas entrevistados se conecte com a cena artística que será exibida na sequência. Alguns dos assuntos destacados nos depoimentos são os desafios e problemas sociais graves a que a população preta ainda está exposta, como a solidão, o genocídio preto e também sobre um levante por meio de uma nova perspectiva de futuro e a articulação conjunta, a organização e o aquilombamento em tempos tão difíceis.
“Em cada cena do espetáculo, um dos artistas tem seu protagonismo. Essa perspectiva ainda faz parte do documentário artístico, mas é também uma espécie de complemento ao trabalho cênico, um aviso ao público sobre o que ele vai encontrar quando vier nos assistir ao vivo”, adianta Ricardo.
Programação – Serviço
Dia 17/07, sábado, às 19h- CCJ Cachoeirinha
Dia 18/07, domingo, às 19h – CCN Jabaquara
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