Natura Musical anuncia efervescente produção musical brasileira para festival

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Jaloo. Foto: reprodução
Trinta e cinco artistas e bandas e 15 coletivos farão parte do programa Natura Musical em 2019. Os nomes foram selecionados entre 2.617 inscrições de todo o Brasil. Neste ano, o edital contemplou artistas e bandas que estão em fase de desenvolvimento ou renovação de carreira e abriu espaço para os coletivos culturais. Entre as iniciativas patrocinadas, estão a gravação de discos, turnês nacionais, além da movimentação e documentação de cenas locais.

O resultado do edital 2018 é reflexo da renovação da cena musical brasileira e aposta em artistas que representam o momento de profunda transformação no qual vivemos. “Nós acreditamos que os selecionados do edital vão escrever a história musical do Brasil. E esse futuro que desejamos para a música é repleto de diversidade e representatividade. Cada um dos selecionados tem o dom de emocionar o público e propor transformações, reflexões e questionamentos”, afirma Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura. “Apostamos nesses artistas porque eles carregam um potencial de movimentar o mercado da música, além de contribuir para que o ecossistema ao redor dele se desenvolva”, completa.

Para o próximo ano, Natura Musical oferecerá R$ 4,9 milhões em patrocínio para as categorias “artistas e bandas” e “coletivos culturais”. O programa tem o apoio da Lei Rouanet e das leis estaduais de incentivo à cultura (ICMS) da Bahia, de Minas Gerais, do Pará e Rio Grande do Sul, e de São Paulo.

Impacto na cultura
Em 2017, Natura Musical passou por uma ampla revisão. O programa foi de encontro a projetos musicais conectados com os debates contemporâneos e também buscou se aproximar de modelos de organização e produção culturais mais horizontais e colaborativos.

Essa renovação se expressa, por exemplo, na inclusão da categoria dos coletivos na última edição do edital. A novidade tem como propósito fomentar iniciativas de impacto social e cultural nos locais onde elas estão inseridas. “A plataforma é uma política pública da Natura de impacto na cultura do Brasil. Se o mundo mudou, a gente também precisa mudar”, afirma Fernanda.

O programa também ampliou a rede de curadores (de 18 para 27 integrantes) como uma forma de fortalecer a diversidade de opiniões e a representatividade dentro do processo de seleção dos projetos. “Cada profissional que atuou na escolha dos projetos para 2019 é um especialista em sua geografia, no meio onde atuam. A soma de todos eles funcionou muito bem na discussão das propostas e na definição da lista final”, salienta Pena Schmidt, produtor musical e um dos curadores de Natura Musical. “A diversidade dos participantes teve como propósito trazer o mercado da música para dentro do edital”, complementa.

Participaram também da curadoria Ana Morena (Do Sol), David McLaughlin (Brazil Calling), Debora Pill (jornalista), Diana Glusberg (Niceto Club – Argentina), Dilson Laguna (Flow Creative), Evandro Fióti (Lab Fantasma), Fabiana Batistela (SIM SP), Fabrício Nobre (Bananada), Felipe Cordeiro (cantor), Gabriel Klein (Vice Brasil), Juli Baldi (Bananas Music), Katia Abreu (Dia da Música) Lauro Lisboa (jornalista), Larissa Luz (cantora), Luciana Simões (cantora e produtora do Festival BR135), Luciano Balen (Festival Música de Rua), Luciano Matos (jornalista e curador do Festival Radioca), Luedji Luna (cantora e compositora), Marcelo Damaso (jornalista e produtor do Festival SeRasgum), Marcus Preto (produtor), Marilia Feix (Lampeja Música), Michelle Hesketh (produtora), Patrick Torquato (radialista e DJ), Pena Schmidt (produtor musical), Rafael Chioccarello (Hits Perdidos), Veronica Pessoa (Rizoma) e Victor Patesh (Red Bull).

Conheça os selecionados
Essa é primeira vez em que o edital contempla 50 artistas, bandas e coletivos, maior número de selecionados na história de Natura Musical. “Há dois anos, a plataforma vem diluindo a verba que tem e aumentando o número de selecionados com o intuito de fazer com que os projetos cresçam não só por meio do fomento de dinheiro”, diz Veronica Pessoa.

A força dos trabalhos autorais femininos está representada, entre outros nomes, por artistas como a diva Margareth Menezes, uma das principais vozes femininas da música negra brasileira; Tássia Reis, representante do rap produzido em São Paulo; Bruna Mendez, que ganhou destaque na cena indie goiana; o grupo Luisa e os Alquimistas, do Rio Grande do Norte, que passeia livremente por influências da música latina, brasileira e eletrônica; Mariana Aydar, cantora e compositora com raízes no forró; e TUYO, trio paranaense que aposta em um som flutuante, com letras existenciais e elementos lo-fi.

Da efervescente produção musical baiana há representantes como: a festa Batekoo, um ícone de libertação e representatividade de jovens periféricos de todo o País; a bandaOQuadro; grupo com o rap em sua essência; o cantor e compositor Teago Oliveira, músico baiano responsável pela formação do Maglore; Afrocidade, revelação do movimento contemporâneo do pagode baiano, entre outros.

No âmbito da vanguarda e de trabalhos inovadores, são destaques artistas como Keila Gentil, do Pará, que sai em carreira solo após comandar os vocais da seminal banda Gang do Eletro; a parceria inédita entre os paraenses Jaloo, um dos nomes mais celebrados da cena eletrônica nacional, e o duo Strobo; o flow cortante do rapper nortista Pelé do Manifesto; as composições de Pratagy, artista revelação que passeia por gêneros como R&B, reggae e cumbia; e o potente Uaná System, comprometido com a criação e produção de um ritmo eletrônico paraense.

A nova cena musical do Rio Grande do Sul é representada pela cantora e compositora Saskia, dona de uma sonoridade que transita entre o trap e o folk; o duo Suprevão, donos de uma sonoridade construída por beats eletrônicos, graves dançantes e guitarras psicodélicas; o Bloco da Laje, coletivo musical-teatral-carnavalesco que arrasta multidões em Porto Alegre; a percussão sincopada do Cuscobayo, grupo que nasceu em Caxias do Sul; além do Projeto Concha, espaço de troca de referências artísticas e formação de mulheres para o mercado musical; e Sons que Vem da Serra, selo que há cinco anos lança artistas locais por meio do Honey Bomb Records.

A plataforma apoiará também nomes que fortalecem o legado da música brasileira, como a pernambucana Lia de Itamaracá, a mais famosa cirandeira do Brasil; a baiana Virginia Rodrigues, que transita entre o popular e o erudito; o Encontro de Tambores, que preserva o conjunto de manifestações rítmicas do Movimento Quilombola do Maranhão; o projeto “30 Anos Atrás do Pôr do Sol” revisita a obra do cantor Lazzo Matumbi em um disco com oito canções, conduzido por Rabo de Galo e Ubunto.

Em São Paulo, os nomes escolhidos esbarram em experimentação, como é o caso da bem-sucedida banda instrumental ATR, que mescla dançantes vertentes do rock e da música eletrônica; o grupo de samba formado apenas por mulheres intitulado Samba de Dandara; a sonoridade etérea do cantor e compositor Castello Branco; as rimas da revelação do rap feminino, Souto MC; a parceria entre Felipe Antunes, vocalista da banda Vitrola Sintética, e o músico angolano Nástio Mosquito.

O registro e o fomento da cena mineira, que tem sido cuidadosamente construída nos últimos anos por meio da atuação de coletivos, conta com movimentos como Sonâncias Lab, laboratório de experimentações musicais; Mostra IMuNe, que tem como objetivo fomentar o trabalho produzido por artistas negros; o lançamento comemorativo de 30 anos de carreira do DJ Anderson Noise, considerado um dos maiores nomes da música eletrônica no Brasil, entre outros.

Anualmente, Natura Musical assina cerca de vinte discos, grande parte deles à frente de listas e premiações de melhores do ano, como “Melhor do que Parece”, de O Terno, “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, de Emicida, “Estado de Poesia”, de Chico César, “Dancê”, de Tulipa Ruiz, e os recentes “Xênia”, de Xênia França, “Coração”, de Johnny Hooker, “Boca”, de Curumim, e “Natureza Universal”, de Hermeto Pascoal.

Conheça todos os 50 projetos selecionados:
Edital Nacional – Lei Rouanet
  • A Poética dos Beiradões (AM)
  • Bruna Mendez (GO)
  • Lazzo Matumbi (BA)
  • Lia de Itamaracá (PE)
  • Luísa e os Alquimistas (RN)
  • Luiza Lian (SP)
  • Mariana Aydar (SP)
  • Midsummer Madness (RJ)
  • Mostra Maré de Música (RJ)
  • Rock de Mulher Circuito (RN)
  • Seu Pereira (PB)
  • Tambores da Resistência (MA)
  • Tássia Reis (SP)
  • Tuyo (PR)
  • Virgínia Rodrigues (BA)

Edital Bahia – FazCultura

  • Afrocidade
  • As Ganhadeiras de Itapuã
  • Batekoo
  • Commons Studio Bar
  • Margareth Menezes
  • OQuadro
  • Ritmos – Novos Sons da Bahia
  • Teago Oliveira

Edital Pará – Lei Semear

  • As Origens da Lambada
  • Guitarrada das Manas
  • Jaloo & Strobo
  • Keila Gentil
  • Nazaré Pereira
  • Pelé do Manifesto
  • Pratagy
  • Sampleados
  • Uaná System

Edital São Paulo – PROAC

  • ATR
  • Castello Branco
  • Felipe Antunes e Nástio Mosquito
  • O Corre – Breve
  • Souto MC
  • Samba de Dandara

Edital Rio Grande do Sul – Pró-Cultura

  • Bloco da Laje
  • Cuscobayo
  • Projeto Concha
  • Saskia
  • Supervão
  • Sons Que Vem da Serra

Edital Minas Gerais – LEIC Minas Gerais

  • Anderson Noise
  • Cachalote Fuzz
  • Elisa de Sena
  • Mostra IMuNe
  • Matéria Prima
  • Sonâncias Lab

Sobre Natura Musical

Natura Musical é a principal plataforma de patrocínio da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu R$ 132 milhões no patrocínio de 367 projetos – entre CDs, DVDs, shows, livros, acervos digitais e filmes. O último edital do programa em 2017 selecionou 33 projetos em todo o Brasil. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do país e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais.

A plataforma digital do programa leva conteúdo inédito sobre música e comportamento para mais de meio milhão de seguidores nas redes sociais. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente para a rica e pulsante produção musical brasileira.

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