Racismo científico: quando tentaram fundamentar na ciência a discriminação étnica

Racismo científico: quando tentaram fundamentar na ciência a discriminação étnica
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O racismo científico é uma corrente de ideias que busca justificar a discriminação contra determinados grupos étnicos com base na ciência, tentando justificar, através da ciência, que existiria uma “raça” superior e outra inferior. Por não utilizar as metodologias científicas para a comprovação dos fatos, essa corrente hoje em dia é definida como pseudociência.

Para o pesquisador da Universidade de Brasília, Noberto Bobbio (via Info Escola), as teorias racistas buscavam justificar a escravidão dos negros durante o século XVIII, ou seja, como eles eram cientificamente inferiores, não havia nada de errado em escravizá-los . Por isso, diferentes ramos científicos faziam este tipo de estudo, como a frenologia, fisionomia, antropometria, além da utilização de conceitos da biologia, psicologia, antropologia e mais.

Felizmente, com o avançar da ciência, foi comprovado que não há bases científicas para o conceito de “raça”, sendo uma construção da própria sociedade e, portanto. O que foi observado ao longo das últimas décadas com pesquisas genéticas é que todas as pessoas, independente de etnia, têm a mesma coleção de genes, mas, fora os gêmeos idênticos, todos carregamos versões ligeiramente diferentes de alguns deles. Além disso, houve uma segunda conclusão: todas as pessoas que vivem hoje em todo o planeta são de origem africana.

No entanto, a presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), Anna Canavarro Benite, diz que o conceito de raça, mesmo sendo uma construção social, precisa existir ainda justamente para conseguirmos debater e combater o racismo. Para ela, que chama a atenção para a pouca representatividade negra na ciência, quem deturpa dados científicos para propagar o racismo científico e inferiorizar o outro faz isso porque não quer perder seus privilégios.

“Essas pessoas não querem partilhar espaço, poder. É preciso que entendam que as construções precisam ser coletivas” – pontua Anna, que é professora do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), em entrevista ao O Globo.

Sobre Victor Miller 75 Artigos
Jornalista formado pela PUC do Rio de Janeiro

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