Bate-papos, documentário artístico e minidocumentário sobre a passagem de um grupo composto por 25 artistas pretos que apresentou o espetáculo Prot{agô}nistas no palco do Theatro Municipal integram o projeto CIRCULAÇÃO PROT{AGÔ}NISTAS – Circulação e Conversa, apoiado pelo 1º Fomento à Cultura Negra da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O projeto, que acontece de 25 de junho a 18 de julho de 2021, tem direção e idealização de Ricardo Rodrigues.
A programação, remota e gratuita, é composta por exibições virtuais do documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência, que traz cenas do espetáculo Prot{agô}nistas e depoimentos dos artistas participantes da obra; bate-papos Estou aqui – O lugar ocupado pelo artista negro e sua representatividade na cena cultural paulista, compostos por um dos artistas do espetáculo Prot{agô}nistas, mais um convidado especial relacionado às lutas antirracistas e antiopressão e um artista, também do elenco do espetáculo, que terá vídeo curto exibido ao público fazendo alguma intervenção artística circense (malabares, parada de mão, perna de pau, etc); e exibição do mini documentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal, que conta como foi uma equipe de 25 artistas pretos ocuparem artisticamente um dos principais palcos da cidade.
As datas de exibição, bem como os links para as redes sociais dos espaços culturais que recebem o projeto em suas redes estão listadas no fim do texto. Seguem informações sobre cada segmento de PROT{AGÔ}NISTAS – Circulação e Conversa:
Bate-papo Estou aqui – O lugar ocupado pelo artista negro e sua representatividade na cena cultural paulista e exibição do minidocumentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal
Estão agendadas quatro bate-papos compostos por pessoas associadas a lutas antiopressão e antirracista que estarão acompanhadas, virtualmente, por algum integrante do elenco de Prot{agô}nistas. Cada integrante foi selecionado de acordo com a região que vive para que ela seja a mesma do espaço cultural que recebe essa ação. Essa escolha se justifica para que cada artista possa associar mais sua trajetória pessoal às dificuldades de acesso que serão abordadas na conversa.
As participações confirmadas nas conversas até agora são da deputada estadual Erica Malunguinho (25/6, sexta-feira, 17h), do ativista Henrique André (27/6, domingo, 18h), de Adriana Arcebispo, da Família Quilombo(1º/7, quinta-feira, 20h) e do jornalista Miguel Arcanjo Prado (8/7, quinta-feira, 19h). Após cada bate-papo, haverá exibição do mini-documentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal, que reúne cenas e depoimentos dos artistas de Prot{agô}nistas, que passaram pelo palco do Theatro Municipal em 2019.
“Não podíamos deixar de registrar a dificuldade de uma produção cultural 100% preta adentrar os palcos do Theatro Municipal. Muitos dos artistas – e também o público que nos assistiu – foi ao espaço pela primeira vez na vida. A importância também estava na plateia se sentir verdadeiramente convidada e se ver representada no palco”, conta Ricardo.
Documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência
Criado para a abertura do Festival Internacional de Circo (FIC 2019) e apresentado no Theatro Municipal e São Paulo, o espetáculo Prot{agô}nistas reúne 25 artistas pretos da música, teatro, circo e dança com o objetivo de trazer para a cena a contemporaneidade desses diferentes pensamentos artísticos, estéticos e políticos. A peça, criada como uma celebração à produção negra paulistana, circulou em alguns espaços de São Paulo, como o Sesc Pompeia e Galeria Olido, antes de ser interrompida devido à pandemia do novo coronavírus.
Enquanto aguarda por um momento oportuno para retomar as sessões presenciais, o idealizador e diretor da obra, Ricardo Rodrigues, junto com os parceiros de núcleo Renato Ribeiro, Mariana Per e Washington Gabriel, apresentam agora um formato diferenciado que instiga o público a voltar quando a temporada estiver nos teatros físicos. Trata-se do documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência, que reúne trechos de Prot{agô}nistas e depoimentos dos artistas que participaram da obra.
Segundo Ricardo, a obra ressalta a potência da produção artística preta da cidade. O artista conta que escolheu e convidou por conta própria cada um dos 25 artistas que compõem a obra. “Alguns são artistas independentes, outros já fazem parte de grupos e coletivos. Eu os conhecia tanto da minha relação pessoal quanto como espectador. Convidar pessoas a integrar um trabalho com assuntos tão inerentes ao seu próprio ofício e trajetória foi muito potente. Cada ‘sim’ merece uma história”, diz Ricardo Rodrigues.
Nos documentários, as cenas de Prot{agô}nistas são oriundas tanto dos registros em vídeo feito das apresentações presenciais do trabalho quanto de trechos gravados por alguns dos artistas especialmente para o documentário. “A proposta dessa obra é que todos os integrantes tenham protagonismo, então nossa edição documental privilegia a qualidade técnica dos registros que já tínhamos e dos que foram feitos durante a pandemia, com todos cuidados e com equipe reduzida”, diz Ricardo.
As cenas da obra se misturam aos depoimentos de alguns dos artistas que integraram o elenco do espetáculo. A edição propõe que o assunto abordado com os artistas entrevistados se conecte com a cena artística que será exibida na sequência. Alguns dos assuntos destacados nos depoimentos são os desafios e problemas sociais graves a que a população preta ainda está exposta, como a solidão, o genocídio preto e também sobre um levante por meio de uma nova perspectiva de futuro e a articulação conjunta, a organização e o aquilombamento em tempos tão difíceis.
“Em cada cena do espetáculo, um dos artistas tem seu protagonismo. Essa perspectiva ainda faz parte do documentário artístico, mas é também uma espécie de complemento ao trabalho cênico, um aviso ao público sobre o que ele vai encontrar quando vier nos assistir ao vivo”, adianta Ricardo.
Programação – Serviço
Minidocumentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal | Exibição | Duração: 12 minutos | Livre
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Bate-papo Estou aqui – O lugar ocupado pelo artista negro e sua representatividade na cena cultural paulista | Duração: 60 minutos | Livre
Dia 25/06, sexta, às 17h – Local: YouTube Protagonistas
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