Dez dias de comemorações e centenas de apresentações folclóricas é o que a população de Puno, no Sul do Peru, além de visitantes de cidades próximas e turistas de outras partes do país e do mundo vivem, desde o dia 02 até o próximo dia 12 de fevereiro, período de comemoração do Festival da Virgem da Candelária, celebração que reafirma que Puno é a capital do folclore peruano.
Todos os anos, o Festival da Candelária reúne milhares de dançarinos, bandas musicais e artistas que percorrem ruas e praças fazendo preces à “Mamacha Candelária” ou “Mamita Candelária”, como carinhosamente chamam a imagem venerada, em sinal de gratidão pelos milagres concedidos.
A Virgem da Candelária ou Nossa Senhora da Candelária, que descansa no Santuário da Igreja San Juan Bautista, é a Padroeira de Puno, cidade que se eleva a 3.870 metros sobre o nível do mar. O culto à Candelária – uma das mais antigas venerações católicas da Virgem Maria – também está ligado aos rituais aos deuses andinos, como a Mãe Terra (Pachamama), o Lago Titicaca, os Apus, a chuva, os trovões, às crenças que simbolizam a pureza e a fertilidade.
Festa cheia de fervor, o Festival da Virgem da Candelária foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco, em novembro de 2014. Além de missas na praça principal da cidade, emocionantes procissões dedicadas à Virgem da Candelária, na qual milhares de pessoas prestam homenagem, a festa não se limita só ao fervor religioso; inclui também um fascinante concurso de fantasias e de danças, numa amostra única do folclore – e do carnaval – peruano. O evento colossal reúne centenas de grupos que participam do “Grande Concurso de Danças Nativas e Danças em Trajes de luzes”, que oferece aos participantes emblemáticos shows folclóricos como a Diablada, Morenada, Caporales, entre outras.
Turismo vivencial em Puno
Assim, Puno é mais intensa que o próprio frio. Ali, vale a pena visitar a Província de Lampa, onde encontramos a réplica da Piedade, criação do gênio italiano Miguel Angel, e antigos casarões, como o de Frisancho. No distrito de Atuncolla, pequena cidade com vivências da cultura original Qolla, levantam-se casas de pedra com tetos de Ichu (Stipa ichu), e seus habitantes ainda fazem pagamentos para a Pachamama. Nas proximidades estão as famosas Chullpas de Sillustani.
Puno é também o Lago Titicaca, onde coexistem as ilhas flutuantes dos Uros, herdeiros de um rico passado aimará. Uma volta pela ilha natural de Taquile permite admirar o legado de habilidosos tecelões. Ao chegar à ilha de Amantaní é possível participar em rituais próprios da cosmovisão andina. Ticonata é outra ilha que desenvolve o turismo de experiência. Na cidade de Ccotos são elaborados tecidos finos, enquanto Llachón é adequado para passeios em caiaque e veleiros, além de caminhadas.
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