João Donato de Oliveira, popularmente conhecido no meio musical como Donatinho, é um artista carioca reconhecido por sua extrema versatilidade. É produtor, compositor, arranjador, diretor musical e, naturalmente, instrumentista. Já acompanhou diversos artistas, gravou e recebeu prêmios por seu disco solo ‘Zambê’ e, mais recentemente, lançou um álbum intitulado ‘Sintetizamor’, em parceria com seu pai, João Donato, um dos maiores e mais respeitados pianistas e arranjadores do Brasil.
Com toda esta bagagem musical, nasceu Natasha Oliver, uma persona que ganhou vida, quase ao acaso, durante o carnaval carioca em pleno bloco da gravata florida (outra iniciativa de Donatinho, em homenagem à Jorge Ben). Natasha Oliver é uma realização pessoal, uma faceta artística que compartilha a essência musical do trabalho desenvolvido há anos por Donatinho, mas em performance drag, que coloca a quebra de tabus e paradigmas num universo de quase pleno machismo, tanto na sociedade como um todo, quanto no meio musical.
A musicalidade já reconhecidamente cativante de Donatinho ganha, portanto, uma nova face, que propõe reflexões para muito além de acordes, levadas e arranjos. A persona Natasha Oliver coloca em perspectiva, antes de qualquer coisa, a importância da causa LGBT dentro e fora do universo artístico, e traz à tona a convivência das linguagens musical, corporal, estética, sexual.
Se pudesse resumir Natasha Oliver, seria o resultado da arte de alguém que conjuga uma pluralidade de atuações em diversas áreas, funções e iniciativas musicais. Essa mescla de apontamentos culturais tem como grito primeiro – e último – a ideia plena de liberdade, quase como uma religião ou um mantra sagrado.
E se o trabalho realizado por Donatinho sempre prezou primordialmente pela liberdade no conteúdo, não teria porque ser diferente na forma. E a chegada da Natasha Oliver é apenas uma confirmação natural disso.
Para acompanhar: https://instagram.com/natashaoliverkey
Deixe uma resposta