Na websérie “Pelas Quadras do Samba”, Pretinho da Serrinha fala sobre a sua trajetória e diz o que um samba-enredo precisa ter para levantar a Sapucaí

Um ano sem Carnaval, sim. Mas sem samba, jamais. É justamente da saudade da folia e do apreço pelo ritmo e pilar da cultura brasileira que surge “Pelas Quadras do Samba”, a websérie documental  que marca a estreia da temporada 2021 do canal Papo de Música. No quinto episódio, a jornalista Fabiane Pereira faz um mergulho no universo do samba-enredo com Pretinho da Serrinha – compositor da Império Serrano que cresceu em meio ao gênero, conhecido também por parcerias com Seu Jorge e Maria Rita, além de ter atuado na direção musical de Dudu Nobre e tocado com Alicia Keys no palco Mundo do Rock in Rio, em 2017. O papo vai ao ar no dia 16 de março e ainda conta com as participações de Raquel Valença e Carlos Senna, no quadro fixo “A História do Samba”, que traz lembranças afetivas resgatadas pelas canções preferidas dos dois convidados (assista aqui).

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Reprodução

Carregando a escola do coração no próprio nome, Pretinho da Serrinha respira samba e acompanha o caminho percorrido pelo gênero, tanto em sua versão mais “raiz” quanto no cenário mainstream, onde mistura-se a referências da música pop.  “O tipo de pop que eu faço é muito próximo do samba e eu sou uma pessoa só, então eu me levo para todo lugar, de Lulu Santos a Maria Rita. O Pretinho é o mesmo, só muda o terreno”, conta o sambista carioca sobre sua notável versatilidade, eternizada em seu primeiro e único disco, Samba de Madureira. O trabalho chegou ao público, em 2020, com composições autorais e clássicos de Jorge Aragão e Dona Ivone Lara, e colaborações do rapper Black Alien e do Quarteto em Cy.

O primeiro disco é apenas um dos marcos na aclamada carreira de Pretinho. Em 2017, o comentarista de desfiles carnavalescos na Rede Globo chegou a ser tema do enredo da escola de samba mirim Império do Futuro. “Eu era muito novo e nem sempre alguém tão novo tem história pra ser contada em um samba. Mas eu tinha”, declara o artista que ainda destaca a melodia como o ponto-chave para uma canção levantar a Sapucaí. “Tem que ter uma melodia que entre na cabeça da galera, porque mesmo quem não sabe a letra sabe a melodia e fica com a música na cabeça [cantarolando]”, conta.

Idealizador do projeto Cesta Solidária, iniciativa para auxiliar colegas de profissão que ficaram sem trabalho por causa da pandemia do novo coronavírus, Pretinho da Serrinha comentou com otimismo sobre os rumos da cultura no Rio de Janeiro. “A troca de prefeito já é uma melhora. [O Eduardo Paes] é um cara ligado à cultura, então, já temos uma esperança”, reflete. Apesar do otimismo, ele também falou sobre se sentir  desanimado com a rapidez que músicas ficam “velhas” para o mercado. Mas o compositor e instrumentista garante: “não vou deixar esse [desânimo], eu preciso fazer [meu segundo disco]”.

Além de Pretinho da Serrinha, também já passaram pela websérie os artistas Altay Veloso, Manu da Cuíca, Dudu Nobre e Fred Camacho. E os próximos convidados já estão confirmados, são eles Magal, Martinho da Vila, Daniel Gonzaga, Andrezinho e Mauro Diniz. O “Pelas Quadras do Samba” ainda se desdobrará em episódios de podcast, no Spotify, e em um e-book, que estará disponível a partir de abril.

Assista ao episódio do “Pelas Quadras do Samba” com Pretinho da Serrinha aqui

Acompanhe os últimos episódios da websérie aqui

 

Programação Completa:

02/03 – Altay Veloso (Viradouro)

05/03 – Manu da Cuíca (Mangueira)

09/03 – Dudu Nobre (Unidos da Tijuca)

12/03 – Fred Camacho (Salgueiro)

16/03 – Pretinho da Serrinha (Império Serrano)

19/03 – Magal (Beija Flor)

23/03 – Martinho da Vila (Vila Isabel)

26/03 – Daniel Gonzaga (Estácio)

29/03 – Andrezinho (Mocidade)

31/03 – Mauro Diniz (Portela e Monarco)

 

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